terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Geapi Teresina: Nota sobre oportunismos, de estudante pra empresários



Nós, do Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí - GEAPI, repudiamos com veemência o posicionamento tomado através de nota pública lançada pelo movimento de Estudante para Estudante, visto que, o mesmo toma um lado completamente contrário ao da população, defendendo de forma aberta e descarada grupos empresariais que saqueiam centenas de milhares de trabalhadores todos os dias em nossa capital.

O Geapi (Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí) defende um movimento classista de enfrentamento ao capital através da ação direta pois acredita que somente passeatas "ordeiras e pacíficas" guiadas pela polícia e demais órgãos públicos torna a ação estéril, abrindo margem para reivindicações descontextualizadas e genéricas, enfraquecendo assim o movimento.

Não há dúvidas que a crise financeira que alguns anos seria uma marolinha hoje se tornou um tsunami que devora a classe trabalhadora. Aumentos na tarifa de energia, aumento dos preços dos alimentos, da gasolina, da tarifa do transporte coletivo são sem dúvidas provas mais que concretas e visíveis de que mantemos o luxo e o privilégio de poucos as custas do nosso suor.

Nos últimos dias de janeiro vimos essas barbaridades do capitalismo baterem a porta da população teresinense. Começamos o ano com aumento abusivo da tarifa de ônibus. R$2,50 para uma cidade do porte de Teresina, com ônibus e paradas precárias, frota reduzida, mobilidade urbana inexistente. O aumento nada mais é que um assalto legalizado em cada passagem paga.

A radicalidade vem com a raiva da população que, indignada pela negligência dos governantes perante as pautas (todas as vezes a prefeitura, governos fingem não ver as manifestações) ou pela truculência da PM ao tentar silenciar as vozes do povo, se rebela e exige suas reivindicações com base da ação direta.

Nada mais justo o povo ir as ruas exigir seu direito a uma mobilidade urbana de qualidade e exigir o passe livre da maneira que achar necessária. Mas alguns grupos mostram sua cara nesse momento. O então "MOVIMENTO DE ESTUDANTE PRA ESTUDANTE", posta uma nota defendendo o aumento baseado em reajustes nos valores salariais e do preço do combustível. A quem interessa uma postura tomada por um movimento que se diz ser "DE ESTUDANTE PRA ESTUDANTE"? Ao empresariado, claro.

Os principais representantes deste "movimento" constroem partidos como PSDB e PV por exemplo; e por incrível que pareça estes partidos são a base da atual gestão municipal. E por mais hipócrita este "movimento" seja apoiando o aumento, ainda nega-se a participar; e por fim, criminaliza as manifestações e outorga o aumento que é apenas a manutenção do lucro exorbitante do empresário. Fica mais que explicito que o lucro do empresariado é o foco e pra mantê-lo, o trabalhador é usurpado todos os dias.

As manifestações vêm ocorrendo pelo terceiro dia no Centro de Teresina. Nenhum partido político está à frente. A Central Única dos Trabalhadores foi praticamente silenciada na segunda-feira (02.02); partidos como PSTU e PSOL são minorias e o POVO não deseja aparelhamento algum. As manifestações estão ocorrendo de forma autônoma e autogestionada com a participação de todas as pessoas que estão do lado dos trabalhadores e contra o lucro abusivo do empresariado.
Então, quem serão os oportunistas?

Nós do Grupo de Estudos Anarquistas temos nossas divergências bem claras em relação a partidos eleitorais, mas fazemos a crítica de forma coerente e não oportunizada. Estamos do lado do povo e não iremos apoiar nenhuma postura que criminalize ou se oportunize das manifestações. Repudiamos veementemente o braço juvenil que defende os empresários, magnatas do transporte coletivo teresinense, e se oportuniza disso.

Segue a nota do tal "movimento":


2 comentários:

  1. Nota-se um sensacionalismo nesta "reportagem?!"

    Não houve palavras que favorecem os empresários nesta publicação, tampouco ao prefeito, todavia, acredita-se que há um aproveitamento de minorias partidárias que só pensam em "BATER" e que como se prova aqui, que quem não é a favor das 'badernas' é "elitista", "riquinho" e "governista". Não! Sou da Vila, não possuo atualmente vínculo partidário e não me deixo ser representado por oportunistas.

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    1. Quando você se recusa e incita aos outros a não lutar contra aumentos abusivos alegando alguma desculpa esfarrapada vinda de governantes ou de exploradores do povo você estará sempre favorecendo a classe empresarial, e "baderna" é o que o seu governante faz com a população pobre pra os extorquir até o último centavo de seu mísero salário.

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