segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O Esperanto e o Anarquismo


 

PS.: Este texto está em linguagem não sexista. As terminações em “os” que se refiram a homens e mulheres mudam para “@s”. Exemplo – amigos e amigas fica amig@s. As terminações em “es” mudam para “xs”. Exemplo – trabalhadores e trabalhadoras muda para trabalhadorxs.

Militantes anarquistas de todo o mundo, unidos pela bandeira internacionalista, interagem diariamente para partilhar experiências da militância libertária, conteúdos teóricos, metodologias de combate anticapitalista e antiestatal, assim como os mais diversos assuntos. Apesar de não reconhecermos barreiras geográficas, uma vez que estas eliminam a consciência que somos companheir@s unid@s em prol da emancipação popular, passamos por problemas que são, em alguns casos difíceis de lidar, entre um deles, a variedade linguística.
Nas manifestações turcas, gregas, egípcias, e de tantos outros locais, a diversidade idiomática nos fez notar que apesar da ideia internacionalista, estamos limitados a problemas de entendimento entre nós, causados pela falta de conhecimento em relação à língua d@s companheir@s em questão (salvo casos de utilização de tradutores online, o que, em curto prazo, facilita o diálogo com outr@s anarquistas). 
"E porque não aprendermos o inglês?”, argumentam. Por trás da utilização de tal idioma, esconde-se um discurso de supremacia nacional, acompanhando também a ordem hierárquica da economia mundial. Em poucas palavras, a ascensão e superioridade da língua inglesa está de certa forma imbricada com a hegemonia Estadunidense, Assim como um dia o francês foi a língua mais utilizada, ou o que aconteceria por exemplo, se a China se tornasse a maior potência mundial; sua língua principal, o mandarim, passaria a ser o dialeto mais utilizado nas conversações internacionais. Reconhecer a língua inglesa como “língua universal” é também aceitar a lógica da superioridade geográfica, observando as proposições supracitadas.
 Ludwik Lejzer Zamenhof 
Assim sendo, desde muito tempo, os anarquistas têm legitimado o esperanto como língua unificadora dos povos, vez que não possui bandeiras de nenhum país, e assim, concilia-se com o projeto internacionalista do anarquismo. Seu autor, Ludwik Lejzer Zamenhof (aportuguesando, Lázaro Luiz Zamenhof), oftalmologista e filólogo judeu polonês, nasceu em 1859 em Bialystok, na época pertencente ao Império russo, mas que atualmente pertence à Polônia. Na época, em sua cidade falavam-se diversas línguas, o que fez com que ele idealizasse formas de entendimento interpessoal, através da criação de uma língua sintética, cuja foi desenvolvida por ele ainda durante sua adolescência.
No ano 1887, com a ajuda econômica de seu cunhado, publicou um pequeno manual intitulado Internacia Lingvo ("Língua Internacional", em esperanto) com pseudônimo de Doutor Esperanto, palavra que acabou por se converter no nome de sua criação. 
O movimento esperantista crescia de forma fenomenal, porém, no período das duas grandes guerras, teve seu processo de expansão interrompido. Durante a segunda guerra mundial, na Alemanha, Hitler perseguia os esperantistas, e do mesmo modo, na URSS, Stálin os matava e aprisionava. Outros lugares, como o Japão e a China, tiveram sua relevância no que concerne a perseguição de esperantistas. Após os conflitos, o esperanto se reergueu, tendo o apoio de entidades internacionais como a UNESCO, que em 1985 recomendou o ensino do esperanto nos países que faziam parte da organização.
Paul Bertelot


Com o advento e expansão da Internet, o esperanto foi potencializado mais ainda, observando as múltiplas mídias utilizadas para a sua divulgação, como arquivos em MP3, textos e E-books. Dentro do anarquismo, a referência é Paul Bertelot, anarquista francês que desenvolveu a revista Revuo Esperanto, sendo até os dias atuais o órgão de divulgação atual da UEA, Associação Universal de Esperanto, a maior organização internacional de esperantistas.
Atualmente, o Esperanto é a língua sintética mais falada no mundo, e no Brasil, é ensinado em inúmeros centros espíritas, encorajados pela FEB (Federação Espírita Brasileira, que editou vários livros esperantistas), institutos específicos de ensino do Esperanto, anarcossindicatos, grupos anarquistas como o Fenisko Nigra, e pela Liga Brasileira de Esperanto. 

Caso tenha interesse em conhecer e falar esperanto, veja os links abaixo:

No Piauí, há associações esperantistas em Teresina: 
  •  Esperanto-Grupo Sur Ia Vojo Alia Lumo, Rua Coronel Façanha 750 – Primavera – CEP 64003-280

  • Piauia Esperanto-Asocio, Rua Magalhães Filho 2473-n – Aeroporto Primavera – CEP 64002-450

Fortalecer a prática, ensino e expansão do Esperanto no mundo, é abrir uma nova possibilidade para o internacionalismo anarquista!

A las barricadas, versão em Esperanto:

Al la Barikadoj

Nigra ŝtormoj skui la aero,
mallumaj nuboj malhelpi nin de vidado,
dum ni atendas la doloron kaj morton,
kontraŭ la malamiko vokas nin devo.
La plej grandvalora estas libereco.
Ni devas defendi ĝin per fido kaj kuraĝo.
Levu la revolucia flago,
ke la triumfo senĉese portas nin.
Levu la revolucia flago,
ke la triumfo senĉese portas nin.
Starante laborante popolo, por batalo!
Ni devas renversi la reago!
Al la barikadoj! Al la barikadoj
por la triumfo de la Konfederacio!
Al la barikadoj! Al la barikadoj
por la triumfo de la Konfederacio!


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