sábado, 28 de fevereiro de 2015

Apoie o lançamento de obras anarquistas!


O coletivo Rizoma Editorial, em parceria com o Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí (GEAPI)  está dando início a uma nova campanha de financiamento coletivo a fim de arrecadar recursos para a publicação de um novo título, que já está pronto para impressão: a reedição da obra "Anarquismo - Da Doutrina à Ação", de Daniel Guérin.

Trata-se de uma obra clássica, do célebre anarquista francês (que foi um dos mais lúcidos pensadores anarquistas do século 20), publicada pela última vez no Brasil em 1968 pela extinta editora carioca Germinal e esgotado há décadas.



A campanha de financiamento coletivo será realizada por meio do site da Vakinha. As contribuições terão o valor mínimo de R$ 5,00 (cinco reais) e poderão ser feitas por meio de cartão de crédito, transferência eletrônica ou boleto bancário. Contribuições a partir de R$ 20,00 (vinte reais) serão consideradas como “pré-vendas” e darão, a quem doar, o direito a um exemplar do livro para o qual for feita a doação (já incluído o valor do frete).  Quem fizer a compra antecipada, por meio da doação do valor promocional acima, será oportunamente contactado por e-mail para a obtenção do endereço postal para envio do exemplar.

A campanha terá a duração de seis meses, ao fim dos quais os recursos arrecadados serão aplicados na  impressão dos livros - ou, caso sejam superadas as metas de arrecadação, revertidas para a impressão de novas tiragens de outras obras nossas que estejam esgotadas ou com o estoque baixo. Ao final da campanha, a prestação de contas referente à destinação dos valores arrecadados será publicada aqui no blog da Rizoma Editorial, ficando à disposição para análise de nosso público leitor.

A divulgação da campanha será efetuada através de e-mail e das redes sociais das quais participamos (Facebook e Twitter).

Contamos com a colaboração de tod@s @s companheir@s leitor@s para viabilizar este projeto e continuar contribuindo com  a divulgação da cultura libertária, rumo à transformação revolucionária da sociedade!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Nota de solidariedade ao companheiro Vicente Mertz




O ano de 2015 já inicia marcado pela sede de sangue do Estado. Ao lado dos grupos de extermínio da juventude negra e das populações marginalizadas amplamente apoiados pelos governos locais, figura a escandalosa condenação do companheiro Vicente Mertz a um ano e meio de prisão por supostos danos ao patrimônio público e por crime ambiental. O “crime” que em verdade se procura punir é sua participação nas jornadas de junho, a luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Vicente é integrante da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) e foi condenado em um processo de estranha rapidez, sem provas materiais ou testemunhais, configurando-se claramente a diretriz ideológica da atuação do judiciário. Sua condenação é mais um passo do Estado Brasileiro na tentativa de criminalizar os movimentos sociais e as lutas coletivas no país e diante delas não nos calaremos. É a velha tática de utilizar a justiça para fazer jus aos opressores. Ao lado da repressão das polícias militar e civil, a instrumentalização do sistema penal tem sido utilizada nos últimos anos como estratégia de controle e coerção das manifestações de rua e das lutas coletivas, especialmente aquelas de caráter horizontal e descentralizado. Tal atuação do Judiciário deve ser repudiada pelo caráter autoritário e anti-democrático, pois visa claramente construir quimeras jurídicas para legitimar o abuso dos poderes estatais e sua atuação em favor dos poderes econômicos vigentes. O judiciário legitima o crime forjado pelas polícias conferindo-lhe existência e materialidade perante a opinião pública. 
Enquanto repudiamos integralmente o conjunto da ação penal, nos solidarizamos com Vicente e os demais camaradas que também são perseguidos por exercerem o justo direito à manifestação e à reivindicação. À tantas quantas forem as formas de repressão inventadas pelo Estado e por seus comparsas para reprimir a justa rebeldia, nós inventaremos outras quantas formas de resistência, pois em jogo está a nossa dignidade e direito de existir como seres humanos plenos. A nossa plenitude não passa pelo consumo de bens programados para se tornarem obsoletos, nem pela participação política figurativa nas urnas. Nossa plenitude não tem fronteiras, não tem preço e tem muitas faces. Nossa plenitude não se sacia enquanto um de nós passar fome, enquanto um de nós for explorado, enquanto um de nós estiver encarcerado. A tentativa de frear as lutas não pára o movimento porque é o movimento nunca acaba. É por isso que nossa solidariedade deve se desdobrar em mais organização e mais luta. Como disse o próprio Vicente, “aqueles que lutam, que se rebelam contra as injustiças, que reagem a humilhação cotidiana, são sistematicamente martelados, para manter o estado de coisas como estão. Contra isso, a nossa maior arma é não se desmobilizar, reagir contra a criminalização e contra as injustiças.”


DE BRAÇOS DADOS COM OS COMPANHEIROS, 
DE PUNHOS CERRADOS CONTRA OS INIMIGOS!

LIBERDADE A TOD@S @S PRES@S POLÍTIC@S!
NÃO PASSARÃO!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Geapi Teresina: Nota sobre oportunismos, de estudante pra empresários



Nós, do Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí - GEAPI, repudiamos com veemência o posicionamento tomado através de nota pública lançada pelo movimento de Estudante para Estudante, visto que, o mesmo toma um lado completamente contrário ao da população, defendendo de forma aberta e descarada grupos empresariais que saqueiam centenas de milhares de trabalhadores todos os dias em nossa capital.

O Geapi (Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí) defende um movimento classista de enfrentamento ao capital através da ação direta pois acredita que somente passeatas "ordeiras e pacíficas" guiadas pela polícia e demais órgãos públicos torna a ação estéril, abrindo margem para reivindicações descontextualizadas e genéricas, enfraquecendo assim o movimento.

Não há dúvidas que a crise financeira que alguns anos seria uma marolinha hoje se tornou um tsunami que devora a classe trabalhadora. Aumentos na tarifa de energia, aumento dos preços dos alimentos, da gasolina, da tarifa do transporte coletivo são sem dúvidas provas mais que concretas e visíveis de que mantemos o luxo e o privilégio de poucos as custas do nosso suor.

Nos últimos dias de janeiro vimos essas barbaridades do capitalismo baterem a porta da população teresinense. Começamos o ano com aumento abusivo da tarifa de ônibus. R$2,50 para uma cidade do porte de Teresina, com ônibus e paradas precárias, frota reduzida, mobilidade urbana inexistente. O aumento nada mais é que um assalto legalizado em cada passagem paga.

A radicalidade vem com a raiva da população que, indignada pela negligência dos governantes perante as pautas (todas as vezes a prefeitura, governos fingem não ver as manifestações) ou pela truculência da PM ao tentar silenciar as vozes do povo, se rebela e exige suas reivindicações com base da ação direta.

Nada mais justo o povo ir as ruas exigir seu direito a uma mobilidade urbana de qualidade e exigir o passe livre da maneira que achar necessária. Mas alguns grupos mostram sua cara nesse momento. O então "MOVIMENTO DE ESTUDANTE PRA ESTUDANTE", posta uma nota defendendo o aumento baseado em reajustes nos valores salariais e do preço do combustível. A quem interessa uma postura tomada por um movimento que se diz ser "DE ESTUDANTE PRA ESTUDANTE"? Ao empresariado, claro.

Os principais representantes deste "movimento" constroem partidos como PSDB e PV por exemplo; e por incrível que pareça estes partidos são a base da atual gestão municipal. E por mais hipócrita este "movimento" seja apoiando o aumento, ainda nega-se a participar; e por fim, criminaliza as manifestações e outorga o aumento que é apenas a manutenção do lucro exorbitante do empresário. Fica mais que explicito que o lucro do empresariado é o foco e pra mantê-lo, o trabalhador é usurpado todos os dias.

As manifestações vêm ocorrendo pelo terceiro dia no Centro de Teresina. Nenhum partido político está à frente. A Central Única dos Trabalhadores foi praticamente silenciada na segunda-feira (02.02); partidos como PSTU e PSOL são minorias e o POVO não deseja aparelhamento algum. As manifestações estão ocorrendo de forma autônoma e autogestionada com a participação de todas as pessoas que estão do lado dos trabalhadores e contra o lucro abusivo do empresariado.
Então, quem serão os oportunistas?

Nós do Grupo de Estudos Anarquistas temos nossas divergências bem claras em relação a partidos eleitorais, mas fazemos a crítica de forma coerente e não oportunizada. Estamos do lado do povo e não iremos apoiar nenhuma postura que criminalize ou se oportunize das manifestações. Repudiamos veementemente o braço juvenil que defende os empresários, magnatas do transporte coletivo teresinense, e se oportuniza disso.

Segue a nota do tal "movimento":