Nós, Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí, GEAPI - Núcleo Teresina, participamos do Congresso de Estudantes da UFPI (CONEUFPI) e construímos uma tese que visa abordar alguns problemas acerca da militância discente, assim como soluções para distribuir o poder estudantil para os estudantes:
1. As jornadas de junho trouxeram a percepção de uma crise estrutural societária e de aparelhos de representatividade tanto no âmbito estudantil, quanto movimentos sociais e sindicais. Esta crise deflagrou um momento de negação das entidades, que encontram-se burocratizadas e aparelhadas ideologicamente, objetivando a hegemonia de determinados pensamentos centralizadores e dogmáticos daquele espaço, em detrimento da sua função primordial de defesa da coletividade estudantil, trabalhista e popular.
2. Esta situação é percebida facilmente quando determinados grupos priorizam a disputa por cargos gerenciais dentro dessas universidades, e publicisam estas conquistas como vitórias históricas e pontais da classe trabalhadora/estudantil, mesmo que, em realidade, estas conquistas não consigam sequer atender as demandas estudantis locais.
3. O modelo atual de diretório se pauta na verticalidade e centralização das decisões, arranjo defendido e respaldado pelos grupos políticos que disputam a democracia representativa estatal e sindical, baseados em direcionismos e hierarquização, utilizando-se do movimento estudantil para auto-promoção partidária em eleições futuras.
4. Ao passo disso, observamos tais agrupamentos que obedecem a lógica supracitada no parágrafo anterior: ANEL (PSTU); Rompendo Amarras (PSOL); UJR (PCR); UJS (PCdoB) JPT (PT). Embora não reivindiquem fazer parte de tais partidos, fica evidente pela materialidade da realidade que os dirigentes e parte considerável dos membros destes coletivos e/ou entidades estudantis compõem os partidos citados anteriormente.
5. As conseqüências desse tipo de administração, embasados na hegemonia do pensamento político-partidário, trazem resultados negativos para o movimento estudantil como um todo, quais sejam estes resultados:
6. Desmobilização estudantil: Nos últimos anos, a pratica desses grupos tem desmotivado propositalmente a participação e oxigenação dos movimentos estudantis, por conta das tomadas de decisões que não dialogam com os estudantes, privilegiando as proposições destes.
7. Falta de combatividade: Isto acontece por conta da falta de uma agenda própria de lutas estudantis, em detrimento de pautas particulares ao interesse desses partidos, onde a “combatividade” dá lugar à uma produção de notas de repúdio que não dialogam com as bases. Tendo como objetivo a divulgação dos ideais do partido, estes agrupamentos abdicam de ações mais radicais e que possam ter uma maior efetividade nos objetivos buscados.
8. Sectarismo: A partir desta questão traçada, o sectarismo é ponto decisivo nestes partidos, visto que, apenas abordam as decisões imutáveis vindas de suas pequenas cúpulas, rechaçando qualquer pensamento contrário ou complementar, afirmando a falta de democracia participativa para além de membros e/ou simpatizantes destes partidos.
9. Negação/descrédito do estudante em relação ao movimento estudantil: Os partidos se distanciaram da naturalidade política, e por conta de uma violenta burocratização, a população distanciou-se da construção política social, por julgar esta uma tarefa ligada unicamente ao político-partidarismo, não observando uma miríade de possibilidades para além disto.
1. Observando as afirmativas citadas acima, nós Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí (GEAPI-Núcleo Teresina), em reunião e debate sobre a realidade do movimento estudantil no Brasil e na UFPI viemos por meio desta tese circular livre, horizontal e aberta apresentar e defender uma proposta de dissolver a diretória executiva e descentralizar o gerenciamento do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFPI Teresina).
2. A descentralização é uma forma de distribuir o poder, voz e decisão para comunidade discente. Compreendemos a necessidade, importância e urgência da articulação da movimentação dos centros acadêmicos e estudantes como um todo. A nossa idéia é fundamentada na auto-organização destes, uma vez que essa burocracia impede a participação estudantil que não se sente representado pela “direção”, construindo assim uma proposta de democracia participativa.
3. Entendemos e reconhecemos as dificuldades inerentes desse processo transformador. Estas reflexões não sugerem uma solução definitiva para problemática da apropriação destes espaços pelo aparato estatal e político-partidário. No entanto, é uma alternativa para ampliar o poder popular estudantil e capilarizar os debates acerca do movimento para todos os corredores.
4. Os pensamentos anarquistas partindo da compreensão da coletividade e da auto-organização, julgam desnecessário o debate acerca da disputa pelo aparelho estatal, uma vez que este além de não representar efetivamente a população como um todo, legitima por meio de seus elementos burocráticos, midiáticos e repressivos, as desigualdades sociais.
5. “Nós, ao contrário, não pretendemos ter a verdade absoluta. Acreditamos que a verdade social, ou seja, o melhor modo de convivência social, não é algo fixo, bom para todos os tempos, universalmente aplicável ou determinável de antemão. Ao invés disso acreditamos que uma vez assegurado, a liberdade, a humanidade avançará, descobrindo e realizando as coisas gradualmente com menor numero de comoções e atritos. Por isso, as soluções que propomos, deixam sempre a porta aberta a outras soluções distintas e, esperamos melhores” (Erico Malatesta)
6. Vocês tem outras alternativas? Sentiram-se contemplad@s com alguns momentos desta tese? Vamos construir algumas conspirações junt@s? Venha conhecer e participar dos encontros do GEAPI. Vamos que voamos com poesia, rebeldia e arte!!
- TESE DE DESCENTRALIZAÇÃO DO DCE
1. As jornadas de junho trouxeram a percepção de uma crise estrutural societária e de aparelhos de representatividade tanto no âmbito estudantil, quanto movimentos sociais e sindicais. Esta crise deflagrou um momento de negação das entidades, que encontram-se burocratizadas e aparelhadas ideologicamente, objetivando a hegemonia de determinados pensamentos centralizadores e dogmáticos daquele espaço, em detrimento da sua função primordial de defesa da coletividade estudantil, trabalhista e popular.
2. Esta situação é percebida facilmente quando determinados grupos priorizam a disputa por cargos gerenciais dentro dessas universidades, e publicisam estas conquistas como vitórias históricas e pontais da classe trabalhadora/estudantil, mesmo que, em realidade, estas conquistas não consigam sequer atender as demandas estudantis locais.
3. O modelo atual de diretório se pauta na verticalidade e centralização das decisões, arranjo defendido e respaldado pelos grupos políticos que disputam a democracia representativa estatal e sindical, baseados em direcionismos e hierarquização, utilizando-se do movimento estudantil para auto-promoção partidária em eleições futuras.
4. Ao passo disso, observamos tais agrupamentos que obedecem a lógica supracitada no parágrafo anterior: ANEL (PSTU); Rompendo Amarras (PSOL); UJR (PCR); UJS (PCdoB) JPT (PT). Embora não reivindiquem fazer parte de tais partidos, fica evidente pela materialidade da realidade que os dirigentes e parte considerável dos membros destes coletivos e/ou entidades estudantis compõem os partidos citados anteriormente.
5. As conseqüências desse tipo de administração, embasados na hegemonia do pensamento político-partidário, trazem resultados negativos para o movimento estudantil como um todo, quais sejam estes resultados:
6. Desmobilização estudantil: Nos últimos anos, a pratica desses grupos tem desmotivado propositalmente a participação e oxigenação dos movimentos estudantis, por conta das tomadas de decisões que não dialogam com os estudantes, privilegiando as proposições destes.
7. Falta de combatividade: Isto acontece por conta da falta de uma agenda própria de lutas estudantis, em detrimento de pautas particulares ao interesse desses partidos, onde a “combatividade” dá lugar à uma produção de notas de repúdio que não dialogam com as bases. Tendo como objetivo a divulgação dos ideais do partido, estes agrupamentos abdicam de ações mais radicais e que possam ter uma maior efetividade nos objetivos buscados.
8. Sectarismo: A partir desta questão traçada, o sectarismo é ponto decisivo nestes partidos, visto que, apenas abordam as decisões imutáveis vindas de suas pequenas cúpulas, rechaçando qualquer pensamento contrário ou complementar, afirmando a falta de democracia participativa para além de membros e/ou simpatizantes destes partidos.
9. Negação/descrédito do estudante em relação ao movimento estudantil: Os partidos se distanciaram da naturalidade política, e por conta de uma violenta burocratização, a população distanciou-se da construção política social, por julgar esta uma tarefa ligada unicamente ao político-partidarismo, não observando uma miríade de possibilidades para além disto.
- A PROVOCAÇÃO.
1. Observando as afirmativas citadas acima, nós Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí (GEAPI-Núcleo Teresina), em reunião e debate sobre a realidade do movimento estudantil no Brasil e na UFPI viemos por meio desta tese circular livre, horizontal e aberta apresentar e defender uma proposta de dissolver a diretória executiva e descentralizar o gerenciamento do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFPI Teresina).
2. A descentralização é uma forma de distribuir o poder, voz e decisão para comunidade discente. Compreendemos a necessidade, importância e urgência da articulação da movimentação dos centros acadêmicos e estudantes como um todo. A nossa idéia é fundamentada na auto-organização destes, uma vez que essa burocracia impede a participação estudantil que não se sente representado pela “direção”, construindo assim uma proposta de democracia participativa.
3. Entendemos e reconhecemos as dificuldades inerentes desse processo transformador. Estas reflexões não sugerem uma solução definitiva para problemática da apropriação destes espaços pelo aparato estatal e político-partidário. No entanto, é uma alternativa para ampliar o poder popular estudantil e capilarizar os debates acerca do movimento para todos os corredores.
4. Os pensamentos anarquistas partindo da compreensão da coletividade e da auto-organização, julgam desnecessário o debate acerca da disputa pelo aparelho estatal, uma vez que este além de não representar efetivamente a população como um todo, legitima por meio de seus elementos burocráticos, midiáticos e repressivos, as desigualdades sociais.
5. “Nós, ao contrário, não pretendemos ter a verdade absoluta. Acreditamos que a verdade social, ou seja, o melhor modo de convivência social, não é algo fixo, bom para todos os tempos, universalmente aplicável ou determinável de antemão. Ao invés disso acreditamos que uma vez assegurado, a liberdade, a humanidade avançará, descobrindo e realizando as coisas gradualmente com menor numero de comoções e atritos. Por isso, as soluções que propomos, deixam sempre a porta aberta a outras soluções distintas e, esperamos melhores” (Erico Malatesta)
6. Vocês tem outras alternativas? Sentiram-se contemplad@s com alguns momentos desta tese? Vamos construir algumas conspirações junt@s? Venha conhecer e participar dos encontros do GEAPI. Vamos que voamos com poesia, rebeldia e arte!!
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